Avenida Brasil foi uma novela sobre vingança. A de Nina (Débora Falabella) contra Carminha (Adriana Esteves); a da vilã loura contra a ex-enteada; a de Max (Marcello Novaes) contra a amante que tentou matá-lo; a de Virgínia ao ser traída pelo marido, Santiago, com Lucinda; e a da mãe do lixão contra a esposa traída que matou sua filha. Max e Carminha diversas vezes se vingaram de Nilo (José de Abreu) e as mulheres (Débora Bloch, Carolina Ferraz e Camila Morgado) de Cadinho (Alexandre Borges) deram o troco na canalhice do marido trígamo. A revanche fez parte de praticamente todos os capítulos da novela. Mas, pra mim, Avenida Brasil será acima de tudo uma novela sobre a família. Ou melhor: sobre as mais diversas formações familiares que podem existir. Todas disfuncionais, é claro. No clã de Tufão (Murilo Benício) reinava alegria, mesa farta e muita afetividade. Adora as cenas de refeição daquela turma, todo mundo falando ao mesmo tempo, uma confusão danada… Mas aquela união toda foi virada ao avesso com a revelação do lado negro de Darth Carminha. No lixão, a “mãe” Lucinda (Vera Holtz), não estava ali por amor verdadeiro àquelas crianças e sim para expiar a culpa por um crime que não cometeu. Mas, mesmo com as acusações de ser uma exploradora de crianças, ela fez o melhor que pôde naquele lugar terrível. Na família de Diógenes (Otávio Augusto), o filho enrustido (Daniel Rocha) de uma estrela (Paula Burlamaqui) de filme pornô só encontrou a felicidade nos braços de uma periguete (Isis Valverde) e de um jogador de futebol bronco (Thiago Martins). Será o sinal de novos tempos ou realmente o fim do mundo? Fica a critério de cada um…
Avenida Brasil mostrou ainda A família da mãe adotiva solitária – Monalisa (Heloísa Périssé) Iran (Bruno Gissoni) -, a do pai solteiro – Silas (Ailton Graça) e Darkson (José Loreto), fora os agregados, Olenka (Fabiula Nascimento), Adauto (Juliana Cazarré) e Nina, que teve várias famílias na novela: com o pai, Genésio (Tony Ramos), com Nilo e Lucinda no lixão, com Begônia (Carol Abras) na Argentina e como cozinheira na casa de Tufão. João Emanuel Carneiro construiu sua trama em cima desses laços familiares, dando cria à novela mais badalada dos últimos anos. É verdade que muito em função de Carminha, na atuação mais visceral da carreira de Adriana Esteves. Mas o texto do autor não pode ser minimizado. Mesmo em núcleos que não renderam o esperado, o brilhantismo de João Emanuel estava lá, firme e forte. As bobagens que envolviam Cadinho eram salvas pelas tiradas geniais de Verônica (Débora Bloch). O mesmo para Suéllen (Isis Valverde), que, com sua gaiatice, conseguiu fazer uma garota safada, vulgar e sem respeito próprio e pelos outros, virar uma heroína nacional.
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