Legar à posteridade documentos que ajudem a entender um marco na história de Pernambuco, do Brasil e do Mundo. Para atender a este fim, o Governo do Estado deu início, na manhã desta segunda-feira (16/12), ao processo de abertura de tombamento do acervo deixado pelo ex-governador Miguel Arraes. O evento que oficializou o pedido de tombamento contou com a presença do governador Eduardo Campos e da viúva de Arraes, Magdalena Arraes. A solenidade foi realizada no Instituto Miguel Arraes (IMA), no Poço da Panela, Zona Norte do Recife. O ato marcou o início das comemorações pelo centenário do nascimento de Arraes, que acontecerá em 2016.
O acervo é formado por mais de 270 mil itens, entre livros, documentos, correspondências, fotografias, filmes, DVDs, CDs e estudos sobre os mais variados assuntos, que registram a trajetória política de Miguel Arraes, sobretudo durante o regime da ditadura militar. "Em vez de ficar como um patrimônio da família, esse acervo ficará à disposição dos estudantes, universitários, daqueles que querem estudar esse tempo. É também a oportunidade de poder abrir muita coisa que nem mesmo os mais próximos conheciam. Foram descobertas, por exemplo, cartas que Arraes fez para o Papa denunciando a violência dos militares, menções de reuniões e de conversas que ocorreram no exílio ajudando a resistência democrática aqui no Brasil", destacou Eduardo.
O reconhecimento do Estado ao acervo permite a proteção dos documentos, embora a manutenção e a propriedade permaneçam com a família do ex-governador. O secretário de Cultura, Marcelo Canuto, que assinou o termo de deferimento do tombamento, explicou o trâmite até o término do processo. "Depois desse primeiro deferimento, já podemos enviar os técnicos da Fundarpe para fazerem o detalhamento desse acervo, que resultará em um laudo. Esse laudo é levado ao Conselho Estadual de Cultura, e, se aprovado, será encaminhado para o governador para fazer o decreto permanente de tombamento", detalhou.
Também estiveram presentes na solenidade o diretor do IMA, Antônio Campos; a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes; o prefeito do Recife, Geraldo Júlio; o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho; os secretários estaduais Tadeu Alencar (Casa Civil), Antônio Carlos Figueira (Saúde), Aldo Santos (Agricultura), Laura Gomes (Desenvolvimento Social e Direitos Humanos), Aluisio Lessa (Articulação Social e Regional), Pedro Eurico (Criança e Juventude), Evaldo Costa (Imprensa), Ricardo Leitão (Copa) e Mário Cavacanti (Casa Militar); a secretária da Juventude e Qualificação Profissional do Recife, Marília Arraes; além de intelectuais, artistas, profissionais liberais, servidores públicos e militantes do movimento social.
"Um dia após o aniversário de Arraes, vivemos essa emoção. Ver esse lugar ser transformado não em museu, mas sim na memória de Magdalena e Miguel Arraes. Porque Arraes jamais será passado, mas já é memória", destacou Antônio Campos, presidente do IMA. "É uma atmosfera de todo um conjunto de um período de nossa vida que foi muito importante e que está guardado aqui nesta casa", ressaltou a viúva e presidente do conselho de administração do IMA, Magdalena Arraes, que, ao lado de Miguel Arraes, morou no local de 1982 a 2005, ano do falecimento do ex-governador.
Para o governador Eduardo Campos, o acervo guarda a essência da luta política suprapartidária exercida por Arraes em todos os períodos da sua vida. "É muito importante para a vida brasileira de hoje que possamos compreender a dimensão de como já se fez política nesse País. Compreender a largueza que muitos tentaram dar à vida pública brasileira, colocando sempre o interesse do povo e do País acima dos interesses particulares. Com esses valores que Arraes nunca vacilou na hora de tomar uma decisão, seja ela pequena, média ou grande. E que isso sirva para estimular a juventude a vir para junto da política brasileira para ajudá-la a voltar a ter a dimensão que teve pela ação de quadros como Miguel Arraes de Alencar", cravou o governador.
ACERVO - Entre as correspondências que fazem parte do acervo do ex-governador, estão cartas trocadas com líderes europeus e africanos e diversas personalidades brasileiras, tais como Alceu Amoroso de Lima, Betinho, Caetano Veloso, Carlos Marighela, Carlos Prestes, Dom Hélder Câmara, Fernando Gabeira, Carlos Drummond de Andrade, Francisco Julião, Gilberto Gil, Oscar Niemeyer, Paulo Freire, Yasser Arafat, Ulysses Guimarães, entre outros. Dentre as peças do exílio, há cerca de 86 mil itens guardados durante anos em Paris e repatriados para o Brasil há 10 anos. Essa parte é inédita e contêm detalhes históricos de um período pouco documentado, incluindo pontos de vista dos perseguidos pelo Regime Militar.
Também fazem parte do acervo cerca de mil discos de vinil, 200 CDs e aproximadamente 5 mil horas de gravações em DVD e VHS. Além de obras de arte ofertadas por artistas e líderes ao ex-governador, assinadas por Cícero Dias, Abelardo Da Hora, Guita Charifker, José Cláudio, além do seu filho, Maurício Arraes. O Instituto Miguel Arraes também guarda presentes recebidos por líderes mundiais, tais como Fidel Castro, Salvador Allende e Óscar Monteiro.(Fotos: Aluisio Moreira/SEI)
O acervo é formado por mais de 270 mil itens, entre livros, documentos, correspondências, fotografias, filmes, DVDs, CDs e estudos sobre os mais variados assuntos, que registram a trajetória política de Miguel Arraes, sobretudo durante o regime da ditadura militar. "Em vez de ficar como um patrimônio da família, esse acervo ficará à disposição dos estudantes, universitários, daqueles que querem estudar esse tempo. É também a oportunidade de poder abrir muita coisa que nem mesmo os mais próximos conheciam. Foram descobertas, por exemplo, cartas que Arraes fez para o Papa denunciando a violência dos militares, menções de reuniões e de conversas que ocorreram no exílio ajudando a resistência democrática aqui no Brasil", destacou Eduardo.
O reconhecimento do Estado ao acervo permite a proteção dos documentos, embora a manutenção e a propriedade permaneçam com a família do ex-governador. O secretário de Cultura, Marcelo Canuto, que assinou o termo de deferimento do tombamento, explicou o trâmite até o término do processo. "Depois desse primeiro deferimento, já podemos enviar os técnicos da Fundarpe para fazerem o detalhamento desse acervo, que resultará em um laudo. Esse laudo é levado ao Conselho Estadual de Cultura, e, se aprovado, será encaminhado para o governador para fazer o decreto permanente de tombamento", detalhou.
Também estiveram presentes na solenidade o diretor do IMA, Antônio Campos; a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes; o prefeito do Recife, Geraldo Júlio; o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho; os secretários estaduais Tadeu Alencar (Casa Civil), Antônio Carlos Figueira (Saúde), Aldo Santos (Agricultura), Laura Gomes (Desenvolvimento Social e Direitos Humanos), Aluisio Lessa (Articulação Social e Regional), Pedro Eurico (Criança e Juventude), Evaldo Costa (Imprensa), Ricardo Leitão (Copa) e Mário Cavacanti (Casa Militar); a secretária da Juventude e Qualificação Profissional do Recife, Marília Arraes; além de intelectuais, artistas, profissionais liberais, servidores públicos e militantes do movimento social.
"Um dia após o aniversário de Arraes, vivemos essa emoção. Ver esse lugar ser transformado não em museu, mas sim na memória de Magdalena e Miguel Arraes. Porque Arraes jamais será passado, mas já é memória", destacou Antônio Campos, presidente do IMA. "É uma atmosfera de todo um conjunto de um período de nossa vida que foi muito importante e que está guardado aqui nesta casa", ressaltou a viúva e presidente do conselho de administração do IMA, Magdalena Arraes, que, ao lado de Miguel Arraes, morou no local de 1982 a 2005, ano do falecimento do ex-governador.
Para o governador Eduardo Campos, o acervo guarda a essência da luta política suprapartidária exercida por Arraes em todos os períodos da sua vida. "É muito importante para a vida brasileira de hoje que possamos compreender a dimensão de como já se fez política nesse País. Compreender a largueza que muitos tentaram dar à vida pública brasileira, colocando sempre o interesse do povo e do País acima dos interesses particulares. Com esses valores que Arraes nunca vacilou na hora de tomar uma decisão, seja ela pequena, média ou grande. E que isso sirva para estimular a juventude a vir para junto da política brasileira para ajudá-la a voltar a ter a dimensão que teve pela ação de quadros como Miguel Arraes de Alencar", cravou o governador.
ACERVO - Entre as correspondências que fazem parte do acervo do ex-governador, estão cartas trocadas com líderes europeus e africanos e diversas personalidades brasileiras, tais como Alceu Amoroso de Lima, Betinho, Caetano Veloso, Carlos Marighela, Carlos Prestes, Dom Hélder Câmara, Fernando Gabeira, Carlos Drummond de Andrade, Francisco Julião, Gilberto Gil, Oscar Niemeyer, Paulo Freire, Yasser Arafat, Ulysses Guimarães, entre outros. Dentre as peças do exílio, há cerca de 86 mil itens guardados durante anos em Paris e repatriados para o Brasil há 10 anos. Essa parte é inédita e contêm detalhes históricos de um período pouco documentado, incluindo pontos de vista dos perseguidos pelo Regime Militar.
Também fazem parte do acervo cerca de mil discos de vinil, 200 CDs e aproximadamente 5 mil horas de gravações em DVD e VHS. Além de obras de arte ofertadas por artistas e líderes ao ex-governador, assinadas por Cícero Dias, Abelardo Da Hora, Guita Charifker, José Cláudio, além do seu filho, Maurício Arraes. O Instituto Miguel Arraes também guarda presentes recebidos por líderes mundiais, tais como Fidel Castro, Salvador Allende e Óscar Monteiro.(Fotos: Aluisio Moreira/SEI)
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