O trio acusado de canibalismo é julgado nesta quinta-feira, no Fórum de Olinda
Do JC Online
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
O trio acusado de
canibalismo começou a ser julgado nesta quinta-feira (13) no Fórum de
Olinda, Região Metropolitana do Recife. A sessão começou às 9h45,
presidido pela juíza Maria Segunda. Em depoimento, o acusado Jorge
Beltrão Negromonte da Silveira disse que cometeu um erro. "Foi um erro
monstruoso, um momento de fraqueza e loucura que me arrependo muito",
falou. Em seguida, ele pediu a juíza para realizar uma oração. Durante a
oração, pediu que Deus perdoasse pelos atos e pecados e ajudasse as
famílias da vítimas que perderam seus parentes.
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Quando a promotora do MPPE começou a
interrogá-lo questionou se ele lembrou de fazer uma oração por Jessica,
de cabeça baixa, ele respondeu que a mulher teria se arrependido dos
seus pecados. "Antes dela ser morta, eu perguntei se ela se arrependeu
do que fez de ruim na sua vida. Ela falou que sim", comentou o réu.
A promotora Eliane Gaia comentou que não
acreditava no arrependimento de Jorge Beltrão. Logo em seguida, Jorge
declarou que Deus sabe que ele se arrependeu de todos os crime que
cometeu. "Todos os dias eu falo com Deus em orações e peço que me
perdoe. Eu já fui evangélico, mas acabei me afastando porque precisava
trabalhar" disse o acusado.
Sobre a seita Cartel, Jorge relatou que
ela foi criada para contribuir para um mundo perfeito e que cada parte
do corpo representa um elemento da natureza. A cabeça, segundo ele,
seria o elemento que representava Deus. Já os braços representam o ar,
as pernas, o fogo. O tronco, segundo Jorge, foi descartado em um solo
sagrado e não colocado em sacos de lixo, como relatou Bruna.
Pela manhã, o psiquiatra Lamartine
Hollanda foi o primeiro a depor. O psiquiatra forense analisou a defesa
de Jorge, que alegou que o acusado não sofre de esquizofrenia. "Não cabe
este rótulo de esquizofrenia no caso de Jorge. Ele sabia o que fazia,
ele planejava tudo e tinha consciência dos seus atos" explicou.
Isabel Cristina chorou durante a
apresentação da denúncia. O psiquiatra disse que ela é uma pessoa comum,
ansiosa e imatura. "Ela procurou dar desculpas, acredito que orientada,
e colocava a culpa em outro", conta. Sobre Bruna, o psiquiatra destacou
o egoísmo. "Ela é uma pessoa que se mostra imatura e atriz. Uma pessoa
que se mostra egoísta."
O delegado da Polícia Civil de
Pernambuco Paulo Berenguer foi o segundo depoente. Ele informou detalhes
sobre o ritual usado pelo trio para matar as vítimas. Berenguer
explicou que as mortes faziam parte de um ritual satânico com o objetivo
de purificar a alma das vítimas.
"Segundo a seita, o sangue seria usado
para purificar o corpo e a alma. Segundo Jorge, cada pedaço era um
elemento da natureza que abriria um portal para falar com Deus. Bruna
disse que os restos mortais foram suspensos nas paredes, enterrados na
casa e outros teriam sido levados pelo caminhão de limpeza urbana.
Depois do crime, Jorge retirou o dinheiro da previdência do irmão, com o
uso de documentos falsos, e foram para a Paraíba", analisou.
O grupo também é acusado de falsificação
de documentos, em dois casos. O primeiro caso é o da filha da mulher
morta. O grupo falsificou os dados da criança para registrá-la no nome
do casal. No outro caso, Jorge falsificou os documentos para se passar
pelo irmão e resgatar o dinheiro da Previdência, que seria utilizado
para cometer outros crimes.
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