sexta-feira, 14 de novembro de 2014

julgamento Durante depoimento, acusado de canibalismo faz oração e diz que cometeu erro


O trio acusado de canibalismo é julgado nesta quinta-feira, no Fórum de Olinda



Do JC Online

 / Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

O trio acusado de canibalismo começou a ser julgado nesta quinta-feira (13) no Fórum de Olinda, Região Metropolitana do Recife. A sessão começou às 9h45, presidido pela juíza Maria Segunda. Em depoimento, o acusado Jorge Beltrão Negromonte da Silveira disse que cometeu um erro. "Foi um erro monstruoso, um momento de fraqueza e loucura que me arrependo muito", falou. Em seguida, ele pediu a juíza para realizar uma oração. Durante a oração, pediu que Deus perdoasse pelos atos e pecados e ajudasse as famílias da vítimas que perderam seus parentes. 
Quando a promotora do MPPE começou a interrogá-lo questionou se ele lembrou de fazer uma oração por Jessica, de cabeça baixa, ele respondeu que a mulher teria se arrependido dos seus pecados. "Antes dela ser morta, eu perguntei se ela se arrependeu do que fez de ruim na sua vida. Ela falou que sim",  comentou o réu. 
A promotora Eliane Gaia comentou que não acreditava no arrependimento de Jorge Beltrão. Logo em seguida, Jorge declarou que Deus sabe que ele se arrependeu de todos os crime que cometeu. "Todos os dias eu falo com Deus em orações e peço que me perdoe. Eu já fui evangélico, mas acabei me afastando porque precisava trabalhar" disse o acusado.
Sobre a  seita Cartel, Jorge relatou que ela foi criada para contribuir para um mundo perfeito e que cada parte do corpo representa um elemento da natureza. A cabeça, segundo ele, seria o elemento que representava Deus. Já os braços representam o ar, as pernas, o fogo. O tronco, segundo Jorge, foi descartado em um solo sagrado e não colocado em sacos de lixo, como relatou Bruna. 
Pela manhã, o psiquiatra Lamartine Hollanda foi o primeiro a depor. O psiquiatra forense analisou a defesa de Jorge, que alegou que o acusado não sofre de esquizofrenia. "Não cabe este rótulo de esquizofrenia no caso de Jorge. Ele sabia o que fazia, ele planejava tudo e tinha consciência dos seus atos" explicou.
Isabel Cristina chorou durante a apresentação da denúncia. O psiquiatra disse que ela é uma pessoa comum, ansiosa e imatura. "Ela procurou dar desculpas, acredito que orientada, e colocava a culpa em outro", conta. Sobre Bruna, o psiquiatra destacou o egoísmo. "Ela é uma pessoa que se mostra imatura e atriz. Uma pessoa que se mostra egoísta."
O delegado da Polícia Civil de Pernambuco Paulo Berenguer foi o segundo depoente. Ele informou detalhes sobre o ritual usado pelo trio para matar as vítimas. Berenguer explicou que as mortes faziam parte de um ritual satânico com o objetivo de purificar a alma das vítimas.
"Segundo a seita, o sangue seria usado para purificar o corpo e a alma. Segundo Jorge, cada pedaço era um elemento da natureza que abriria um portal para falar com Deus. Bruna disse que os restos mortais foram suspensos nas paredes, enterrados na casa e outros teriam sido levados pelo caminhão de limpeza urbana. Depois do crime, Jorge retirou o dinheiro da previdência do irmão, com o uso de documentos falsos, e foram para a Paraíba", analisou.
O grupo também é acusado de falsificação de documentos, em dois casos. O primeiro caso é o da filha da mulher morta. O grupo falsificou os dados da criança para registrá-la no nome do casal. No outro caso, Jorge falsificou os documentos para se passar pelo irmão e resgatar o dinheiro da Previdência, que seria utilizado para cometer outros crimes.

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Trio acusado de canibalismo começa a ser julgado nesta quinta (13), em Olinda
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