segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

COMO ESTÃO CLUBES E BOATES NO INTERIOR?



 
 
Erros de gerenciamento da casa de shows foram a causa da tragédia de ontem, em Santa Maria, no interior gaúcho, segundo especialistas ouvidos pela Folha de São Paulo. De acordo com eles, a lição que fica é que é preciso cultivar uma cultura de prevenção a grandes incêndios no país.
O incêndio deixou ao menos 231 mortos (a maioria por asfixia) e 106 hospitalizados. A boate Kiss era uma das principais casas noturnas da cidade e era famosa por receber estudantes universitários. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo começou na espuma de isolamento acústico quando um dos integrantes da banda que se apresentava acendeu um sinalizador, que atingiu o teto.
A tragédia levanta uma discussão em todo o país. No Sertão de Pernambuco, por exemplo, não é diferente. Quantas casas deste tipo no interior estão cumprindo as normas mínimas de segurança e prevenção de acidentes ? A resposta pode ser nenhuma. No Sertão do Estado, por exemplo, não são poucas  as casas que abrem sem nenhum fiscalização ou não tem nenhum equipamento de segurança.
A região do Pajeú tem algumas casas fechadas, com características similares às da Boate Kiss em se tratamento de espaço, apesar de mais modestas. Seguem alguns exemplos : em São José do Egito, a Boate Binhas é a principal atração, com festas todos os fins de semana. Apesar de não ter tratamento acústico com espuma, há material inflamável e necessidade de vistoria permanente. Em Afogados da Ingazeira, a Boate Marquise carece de saída de emergência. A entrada e saída são na verdade um apertadíssimo corredor com uma escada, um agravante em situações extremas.
Em outras cidades, como Tabira, Serra Talhada, Iguaraci, Carnaíba, a situação se repete : há casas de shows sem o mínimo exigido para o perfeito funcionamento. Nestes casos, a responsabilidade imediata de liberação e fiscalização para funcionamento é das Prefeituras, que tem obrigação de exigir as condições para o funcionamento sem riscos aos frequentadores. Nada contra essas casas de divertimento. Ao contrário, vai um alerta para que evitem no futuro ter que se explicar diante de fatos lamentáveis, como o que aconteceu em Santa Maria

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