amigos prestam homenagem a capitã morta em incêndio
Familiares e amigos
prestam a última homenagem à capitã do Exército Daniele Dias Mattos, uma
das vítimas do incêndio na Boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria,
na madrugada de domingo. O corpo está sendo velado na Capela Santa
Isabel, que fica em frente ao Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do
Rio. O enterro está marcado para as 14h.
A tenente e
fisioterapeuta Sílvia Nobre, que trabalhou dois anos com Daniele, falou
sobre a amiga e disse que a médica era treinada em socorro de emergência
e, por isso, acredita que ela tenha morrido tentando salvar alguém.
"Era
uma menina simples, especial. Está todo mundo arrasado. Pelo nosso
trabalho, convivemos todo o dia com a morte, mas quando é alguém do
nosso convívio o desespero é maior", disse Sílvia. Daniele
nasceu em 4 de março de 1976, na cidade do Rio de Janeiro. Na vida
civil, formou-se em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF),
em 1998."Daniele era tão apegada ao trabalho
que se esquecia da hora do almoço", acrescentou a fisioterapeuta. A
militar contou ainda que Daniele será sepultada com a farda do Exército.
PERFIL
Filha
de Maria Cristina Dias de Mattos e Sérgio Pires de Mattos, Daniele
nasceu em 04 de março de 1976, na cidade do Rio de Janeiro. Na vida
civil, formou-se em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF),
em 1998.
Daniele Mattos incorporou às fileiras do Exército
Brasileiro em 4 de dezembro de 2004, como Aspirante a Oficial do Quadro
de Oficiais Temporários. No mesmo ano, foi admitida em concurso público
para a Escola de Saúde do Exército (EsSEx).
Em 7 de março de 2005,
Daniele iniciou o Curso de Formação de Oficiais na Escola de Saúde do
Exército, sendo nomeada 1º Tenente de Saúde Médica em 05 de novembro
daquele mesmo ano. A Oficial foi transferida por término de curso para o
Hospital de Guarnição de Santa Maria (H Gu S M), no Rio Grande do Sul,
unidade em que serviu até 02 de fevereiro de 2011.
Além do Curso
de Formação de Oficiais, Daniele realizou Pós-Graduação - Especialização
em Perícias Médicas do Programa de Capacitação e Atualização dos
Profissionais de Saúde do Exército Brasileiro (PROCAP/ Sau) em 2010,
pela Escola de Saúde.
Em 9 de março de 2011, foi transferida para o
Hospital Central do Exército (HCE), localizado no bairro de Triagem, no
Rio de Janeiro, onde atuou como Médica Cardiologista da Unidade
Coronariana (UniCor ? HCE). Daniele Mattos foi promovida ao posto de
capitão em 25 de dezembro do mesmo ano.
Daniele estava de férias
desde o dia 31 de dezembro e retornaria no dia 30 de janeiro de
2013. Ela deixou uma filha, Anna Carolina, de 14 anos. Outra vítima carioca da tragédia é cremada no Caju
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Nesta
terça- feira (29), o corpo do tenente Leonardo de Lacerda, outra vítima
carioca da tragédia, foi cremado no cemitério do Caju.
Dezenas de
pessoas, entre familiares, amigos e colegas do Exército, acompanharam,
em clima de forte consternação, o velório do tenente Leonardo, de 28
anos. A cerimônia aconteceu no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju,
Zona Portuária do Rio. A família do tenente pediu aos jornalistas para
se manterem afastados do local, e também solicitou aos representantes do
Exército que foram ao velório para que não realizassem homenagens além
das que já estavam sendo prestadas pelos presentes.
Durante o
incêndio, o tenente Leonardo Lacerda conseguiu deixar a boate, mas
decidiu voltar para o interior para ajudar outras vítimas. Ele chegou a
socorrer uma colega, mas decidiu entrar novamente e acabou morrendo
intoxicado pela fumaça.
O coronel Mário Fonseca, que foi
representar o Comando Militar do Leste no velório, destacou a bravura de
Leonardo. "Ele já tinha saído e voltou para salvar outro oficial.
Depois, de tirá-lo da boate, voltou mais uma vez. Esta é uma atitude
inerente aos oficiais do Exército".
Juntamente com o coronel
estavam dez homens representando o 2º Regimento da Cavalaria. O objetivo
era prestar uma homenagem especial ao tenente, mas a família preferiu
que ela não acontecesse. Mesmo assim, o coronel Fonseca admite a
possibilidade de o Exército conceder postumamente ao tenente alguma
honraria. O corpo de Leonardo será cremado por volta das 17h40.
Marcelo
Moreira, 73 anos, vizinho do tenente em Copacabana, lamentou a morte do
jovem. "O garoto era o filho que todo pai queria ter. Nunca se metia em
confusão, não fumava, não cometia excessos. Morreu como herói", disse.
A
amiga do jovem tenente, Mariana Dutra, 26, estava visivelmente abatida:
"Não caiu a ficha ainda". Ela conta que a família passa por um momento
de muita dor, mas tenta se conformar de que foi uma escolha de Leonardo -
assumir o risco ao voltar para a boate - morrer como herói.
Os
corpos dos dois militares chegaram na noite desta segunda-feira ao Rio
de Janeiro. Leonardo estava no primeiro regimento de carros de combate
de Santa Maria há apenas 15 dias. Já Daniele estava de férias e visitava
junto com o noivo, Herbert Magalhães Charão, que também morreu no
incêndio, amigos que tinham na cidade, onde ela serviu de 2006 a 2011. Incêndio na Boate Kiss
Um
incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada
deste domingo (27)em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por
volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da
cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um
sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa
universitária.
>>> Juiz autoriza bloqueio de bens de donos da boate Kiss
Segundo
um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas.
"Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única
porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos
quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair",
contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro
Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de
informações.
>>>> Prefeitura transfere responsabilidade de alvará a bombeiros
A
prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a
contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as
famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem
oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o
governador Tarso Genro e parentes dos mortos.
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