terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Especialistas divergem de nova investigação sobre avô de Isabella


Advogados, no entanto, consideram 'frágil' denúncia feita por funcionária.
MP vai ouvir Antônio Nardoni e Anna Jatobá antes de decidir por inquérito.

Do G1 São Paulo
Advogados criminalistados consultados pelo G1 divergiram em relação à abertura de um inquérito criminal para investigar uma eventual participação do advogado Antônio Nardoni, pai de Alexandre Nardoni e sogro de Anna Carolina Jatobá, na morte da neta Isabella, em 29 de março de 2008.
Antônio Nardoni foi citado em novo depoimento sobre o caso da morte da criança. Uma funcionária do presídio onde Anna Carolina Jatobá está presa pelo homicídio afirma que o avô de Isabella teria aconselhado seu filho, Alexandre Nardoni, e a nora a forjarem um acidente no dia da morte da neta. A nova versão, que teria sido contada à funcionária pela própria Jatobá, foi apresentada com exclusividade pelo Fantástico de domingo (7).
Advogado da família Nardoni, Roberto Podval (Foto: Reprodução/TV Globo)Advogado da família Nardoni, Roberto Podval
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo os promotores do caso, a menina foi asfixiada em 29 de março de 2008 pela madrasta e depois jogada pela janela do 6º andar pelo pai, Alexandre Nardoni. O casal vivia em um prédio na Zona Norte de São Paulo. Dois anos depois, Anna Jatobá foi condenada a 26 anos de cadeia e Alexandre, a 31 anos de prisão. Os dois continuam em presídios de Tremembé, no interior de São Paulo.
O advogado de Antônio Nardoni, Roberto Podvall, afirmou que a acusação contra seu cliente é "totalmente sem nexo" e que  “não tem lógica nenhuma”.
Arte caso Isabella Nardoni (Foto: Arte/G1)
“Nós precisamos entender o que que é isso, o que ela falou no depoimento. Vou ter acesso às informações primeiro e só depois vou ver o que fazer em relação a essa pessoa que o acusou”, disse.
Para o criminalista Alberto Zacharias Toron, o depoimento da funcionária do presídio é insuficiente para que tenha início uma investigação contra Antônio Nardoni. No entender do especialista, o fato de Alexandre Nardoni ter ligado para o pai para consultá-lo sobre o ocorrido com Isabella trataria-se apenas de "uma consulta inócua". "Quando muito teríamos a instigação (por parte do avô de Isabella) para a prática de fraude processual (tentar encobrir a realidade do crime). Mas, se este crime (o de fraude processual) existe, já prescreveu", justificou.
Na visão de outro criminalista, o advogado Leonardo Pantaleão, no entanto, a informação nova fornecida pela funcionária, cuja identidade está sendo mantida em sigilo, é motivo, sim, para que um inquérito seja aberto. "Não se trata de reabrir o inquérito anterior, cuja materialidade do crime já foi consolidada. Acredito que vai ser aberto um novo inquérito porque surgiu uma nova informação. O objetivo é o de apurar a participação do avô na prática delitiva, não como coautor, mas como partícipe. Nesta suposição, ele teria colaborado para que o crime ocorresse", explicou.
Apesar disso, Pantaleão considera difícil que de uma eventual investigação decorra uma denúncia formal por parte do Ministério Público contra Antônio Nardoni. "É um depoimento muito tênue, muito frágil. Só palavras acabam sendo indícios muitos fracos. Ganharia robustez com algum tipo de prova. Não mudou absolutamente nada em relação àquela ocasião (da primeira investigação)”, justificou.
A funcionária que trouxe à tona esta nova informação, por outro lado, pode ser alvo de ações criminal, por calúnia, e civil, por danos moral e material, no entender dos especialistas. "Se não comprovar (a denúncia), ela terá praticado um crime de calúnia e pode ter de pagar indenização por dano moral. Pode responder até por dano material, caso o avô da Isabella que tenha perdido clientes por conta desta denúncia. As consequências podem ser desastrosas para a funcionária”, disse Pantaleão.
Toron, por sua vez, concorda com a possibilidade de a funcionária ser processada, mas considera difícil que venha a ser condenada em qualquer ação criminal ou civil. "Quando muito ela pode vir a ser acusada por calúnia, mas daí é palavra (dela) contra palavra (da Anna Carolina Jatobá. Mesmo que ela tivesse gravado a conversa, a Jatobá poderia alegar que conta difrentes versões do fato para se manter na defensiva", afirmou.
Novo depoimento
Uma mulher que trabalha no sistema penitenciário de São Paulo declarou ao Ministério Público que Antônio Nardoni pode ter participação na morte da menina de 5 anos, informou o Fantástico neste domingo. Ela diz ter ouvido a revelação dentro da prisão onde Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, cumpre pena pelo assassinato. O avô nega qualquer envolvimento no crime: "Nunca faria isso".
A funcionária revelou que Anna Jatobá assumiu, em conversa dentro do presídio em 2008, ter batido na menina e contou que o marido, Alexandre, jogou a própria filha pela janela. “Foram os primeiros dias dela naquela unidade. Ela tinha muito medo do convívio com as outras presas”, contou.
Do lado de fora da cadeia, a madrasta sempre negou participação no assassinato. Em entrevista ao Fantástico no ano do crime, ela jurou inocência. “Somos totalmente inocentes. Eu nunca levantei um dedo. Nunca falei um nada. Nunca nem gritei com ela”, disse na época.
A funcionária contou que Anna Carolina também citou, dentro do presídio, o envolvimento do pai de Alexandre no caso. “Ela falou que o sogro mandou, orientou os dois a simular um acidente. Eu ouvi da boca dela, olho no olho”, disse a mulher, que prefere não se identificar.
E deu outros detalhes do dia do crime, segundo versão da testemunha. “Eles foram no supermercado, fizeram uma compra com as crianças. Não levaram a compra para casa. O cartão não passou, deu algum problema. Aí, estavam nervosos”, disse.
De acordo com a funcionária do sistema carcerário, Anna Jatobá contou que bateu com violência na enteada dentro do carro da família. “Falou que ela bateu na menina porque a menina não parava de encher o saco. Que a menina estava enchendo muito o saco. Que não era para ser tão grave. Pensou que matou, pensou que a menina estivesse morta.” “Ela fala que não estrangulou a menina. Que ele colocou a menina no chão, acreditando que a menina estivesse morta, enquanto ela ligava para o sogro.”
Ainda segundo a funcionária, na conversa com o sogro Antônio Nardoni, a madrasta da menina teria ido direto ao ponto. “Falou para o sogro que matou a menina e ele falou: ‘simula um acidente. Senão, vocês vão ser presos’. Aí, tiveram a ideia de jogar a menina pela janela. Que o Alexandre só jogou a filha porque acreditava que ela estivesse morta e que ele entrou em choque depois que jogou. Desceu, e a menina estava viva.”
Na época do crime, com a quebra do sigilo telefônico do casal, ficou comprovado que, a partir das 23h51 da noite da morte de Isabella, Antônio Nardoni e Anna Jatobá conversaram durante 32 segundos. “A ligação teria sido feita logo depois do corpo ter sido jogado. É isso que a investigação indicou. Mas nós temos que apurar se havia outro telefone, usaram outro celular? Não sei, nós temos que ver agora”, disse Francisco Cembranelli, promotor do caso.
Denúncia
A funcionária disse que Anna Jatobá nunca denunciou o sogro porque é ele que sustenta toda a família. “Com certeza, é pelo silêncio dela. Ela recebe muita coisa de fora. Coisas que outras presas não recebem. Vários tipos de queijos, brincos. O colchão que ela dorme é especial. Foi presente do seu Nardoni para ela. Porque estava dando problema na coluna dela o colchão da penitenciária”, contou.
Na terça-feira passada, a mulher procurou o Ministério Público e prestou um depoimento oficial. “Na verdade, eu queria denunciar a partir do momento que eu ouvi. Essa história me pesava a consciência, saber de um crime e não denunciar. Eu só não sabia um meio legal de denunciar sem me comprometer”, afirmou.
O Ministério Público garantiu o sigilo. “Ninguém saberá o nome ou qualquer identidade dessa testemunha. Se as investigações evoluírem, é claro que é possível que surja um novo júri”, diz o promotor Paulo José de Palma, que ouviu o novo relato.
Cembranelli disse que o avô chegou a ser investigado na época. “Durante a investigação, havia suspeitas, sim. Porque houve um contato do casal com o pai num momento muito próximo ao crime. Suspeitou-se de participação, mas nós não conseguimos na investigação também trazer responsabilidade para outras pessoas. Por isso, somente o casal foi denunciado.”
As revelações feitas pela testemunha podem repercutir imediatamente. O depoimento dela será analisado nesta semana por uma promotora do Fórum de Santana, onde tramita o caso Isabella. Depois, policiais devem ouvir Anna Jatobá, Antônio Nardoni e a testemunha que fez a denúncia.  “O que eu ouvi foi o que eu falei em depoimento e o que eu falo agora. Eu tenho convicção que a Anna Carolina não mentiu para mim. Eu não sei se ela vai repetir isso agora, se ela vai assumir.”
Versão do casal
O casal Nardoni sempre negou o crime e mantém a versão de que um criminoso invadiu o apartamento e matou Isabella. Anna Jatobá não quis gravar entrevista ao Fantástico sobre a nova denúncia. Antônio Nardoni disse que jamais falou para a nora simular um acidente.
“As pessoas, às vezes, agem como se eu fosse o monstro da história. Eu tenho a minha consciência tranquila. Eu nunca faria isso. Quando ela ligou, ela ligou dizendo que a Isabella tinha caído. Mas eu achei que a Isabella tinha caído, caído no apartamento. A gente nunca imagina uma coisa dessa. Não teve nada além disso. A gente só tem a lamentar que uma pessoa dessa faça uma coisa dessa para prejudicar quem não está mexendo com ela”, afirmou o avô da menina.
Sobre a denúncia de que ele compra o silêncio da nora, com regalias na cadeia, Antônio Nardoni negou. “O que eu faço por ela é uma coisa que, primeiro, é permitido. Segundo, é um pedido do Alexandre. Para não deixar faltar nada para ela nem para os filhos. E a gente realmente não deixa faltar. Ela tem um problema de coluna. A diretoria, mediante o relatório médico, autorizou a entrada do colchão. E a gente levou o colchão. Vou defendê-los enquanto eu viver, está certo? É porque eu tenho absoluta convicção de que eles não fizeram nada. E eu também não fiz nada.”
A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou que Anna Carolina Jatobá ganhou um colchão com altura maior do que os das outras presas.

Advogados, no entanto, consideram 'frágil' denúncia feita por funcionária.
MP vai ouvir Antônio Nardoni e Anna Jatobá antes de decidir por inquérito.

Do G1 São Paulo
Advogados criminalistados consultados pelo G1 divergiram em relação à abertura de um inquérito criminal para investigar uma eventual participação do advogado Antônio Nardoni, pai de Alexandre Nardoni e sogro de Anna Carolina Jatobá, na morte da neta Isabella, em 29 de março de 2008.
Antônio Nardoni foi citado em novo depoimento sobre o caso da morte da criança. Uma funcionária do presídio onde Anna Carolina Jatobá está presa pelo homicídio afirma que o avô de Isabella teria aconselhado seu filho, Alexandre Nardoni, e a nora a forjarem um acidente no dia da morte da neta. A nova versão, que teria sido contada à funcionária pela própria Jatobá, foi apresentada com exclusividade pelo Fantástico de domingo (7).
Advogado da família Nardoni, Roberto Podval (Foto: Reprodução/TV Globo)Advogado da família Nardoni, Roberto Podval
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo os promotores do caso, a menina foi asfixiada em 29 de março de 2008 pela madrasta e depois jogada pela janela do 6º andar pelo pai, Alexandre Nardoni. O casal vivia em um prédio na Zona Norte de São Paulo. Dois anos depois, Anna Jatobá foi condenada a 26 anos de cadeia e Alexandre, a 31 anos de prisão. Os dois continuam em presídios de Tremembé, no interior de São Paulo.
O advogado de Antônio Nardoni, Roberto Podvall, afirmou que a acusação contra seu cliente é "totalmente sem nexo" e que  “não tem lógica nenhuma”.
Arte caso Isabella Nardoni (Foto: Arte/G1)
“Nós precisamos entender o que que é isso, o que ela falou no depoimento. Vou ter acesso às informações primeiro e só depois vou ver o que fazer em relação a essa pessoa que o acusou”, disse.
Para o criminalista Alberto Zacharias Toron, o depoimento da funcionária do presídio é insuficiente para que tenha início uma investigação contra Antônio Nardoni. No entender do especialista, o fato de Alexandre Nardoni ter ligado para o pai para consultá-lo sobre o ocorrido com Isabella trataria-se apenas de "uma consulta inócua". "Quando muito teríamos a instigação (por parte do avô de Isabella) para a prática de fraude processual (tentar encobrir a realidade do crime). Mas, se este crime (o de fraude processual) existe, já prescreveu", justificou.
Na visão de outro criminalista, o advogado Leonardo Pantaleão, no entanto, a informação nova fornecida pela funcionária, cuja identidade está sendo mantida em sigilo, é motivo, sim, para que um inquérito seja aberto. "Não se trata de reabrir o inquérito anterior, cuja materialidade do crime já foi consolidada. Acredito que vai ser aberto um novo inquérito porque surgiu uma nova informação. O objetivo é o de apurar a participação do avô na prática delitiva, não como coautor, mas como partícipe. Nesta suposição, ele teria colaborado para que o crime ocorresse", explicou.
Apesar disso, Pantaleão considera difícil que de uma eventual investigação decorra uma denúncia formal por parte do Ministério Público contra Antônio Nardoni. "É um depoimento muito tênue, muito frágil. Só palavras acabam sendo indícios muitos fracos. Ganharia robustez com algum tipo de prova. Não mudou absolutamente nada em relação àquela ocasião (da primeira investigação)”, justificou.
A funcionária que trouxe à tona esta nova informação, por outro lado, pode ser alvo de ações criminal, por calúnia, e civil, por danos moral e material, no entender dos especialistas. "Se não comprovar (a denúncia), ela terá praticado um crime de calúnia e pode ter de pagar indenização por dano moral. Pode responder até por dano material, caso o avô da Isabella que tenha perdido clientes por conta desta denúncia. As consequências podem ser desastrosas para a funcionária”, disse Pantaleão.
Toron, por sua vez, concorda com a possibilidade de a funcionária ser processada, mas considera difícil que venha a ser condenada em qualquer ação criminal ou civil. "Quando muito ela pode vir a ser acusada por calúnia, mas daí é palavra (dela) contra palavra (da Anna Carolina Jatobá. Mesmo que ela tivesse gravado a conversa, a Jatobá poderia alegar que conta difrentes versões do fato para se manter na defensiva", afirmou.
Novo depoimento
Uma mulher que trabalha no sistema penitenciário de São Paulo declarou ao Ministério Público que Antônio Nardoni pode ter participação na morte da menina de 5 anos, informou o Fantástico neste domingo. Ela diz ter ouvido a revelação dentro da prisão onde Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, cumpre pena pelo assassinato. O avô nega qualquer envolvimento no crime: "Nunca faria isso".
A funcionária revelou que Anna Jatobá assumiu, em conversa dentro do presídio em 2008, ter batido na menina e contou que o marido, Alexandre, jogou a própria filha pela janela. “Foram os primeiros dias dela naquela unidade. Ela tinha muito medo do convívio com as outras presas”, contou.
Do lado de fora da cadeia, a madrasta sempre negou participação no assassinato. Em entrevista ao Fantástico no ano do crime, ela jurou inocência. “Somos totalmente inocentes. Eu nunca levantei um dedo. Nunca falei um nada. Nunca nem gritei com ela”, disse na época.
A funcionária contou que Anna Carolina também citou, dentro do presídio, o envolvimento do pai de Alexandre no caso. “Ela falou que o sogro mandou, orientou os dois a simular um acidente. Eu ouvi da boca dela, olho no olho”, disse a mulher, que prefere não se identificar.
E deu outros detalhes do dia do crime, segundo versão da testemunha. “Eles foram no supermercado, fizeram uma compra com as crianças. Não levaram a compra para casa. O cartão não passou, deu algum problema. Aí, estavam nervosos”, disse.
De acordo com a funcionária do sistema carcerário, Anna Jatobá contou que bateu com violência na enteada dentro do carro da família. “Falou que ela bateu na menina porque a menina não parava de encher o saco. Que a menina estava enchendo muito o saco. Que não era para ser tão grave. Pensou que matou, pensou que a menina estivesse morta.” “Ela fala que não estrangulou a menina. Que ele colocou a menina no chão, acreditando que a menina estivesse morta, enquanto ela ligava para o sogro.”
Ainda segundo a funcionária, na conversa com o sogro Antônio Nardoni, a madrasta da menina teria ido direto ao ponto. “Falou para o sogro que matou a menina e ele falou: ‘simula um acidente. Senão, vocês vão ser presos’. Aí, tiveram a ideia de jogar a menina pela janela. Que o Alexandre só jogou a filha porque acreditava que ela estivesse morta e que ele entrou em choque depois que jogou. Desceu, e a menina estava viva.”
Na época do crime, com a quebra do sigilo telefônico do casal, ficou comprovado que, a partir das 23h51 da noite da morte de Isabella, Antônio Nardoni e Anna Jatobá conversaram durante 32 segundos. “A ligação teria sido feita logo depois do corpo ter sido jogado. É isso que a investigação indicou. Mas nós temos que apurar se havia outro telefone, usaram outro celular? Não sei, nós temos que ver agora”, disse Francisco Cembranelli, promotor do caso.
Denúncia
A funcionária disse que Anna Jatobá nunca denunciou o sogro porque é ele que sustenta toda a família. “Com certeza, é pelo silêncio dela. Ela recebe muita coisa de fora. Coisas que outras presas não recebem. Vários tipos de queijos, brincos. O colchão que ela dorme é especial. Foi presente do seu Nardoni para ela. Porque estava dando problema na coluna dela o colchão da penitenciária”, contou.
Na terça-feira passada, a mulher procurou o Ministério Público e prestou um depoimento oficial. “Na verdade, eu queria denunciar a partir do momento que eu ouvi. Essa história me pesava a consciência, saber de um crime e não denunciar. Eu só não sabia um meio legal de denunciar sem me comprometer”, afirmou.
O Ministério Público garantiu o sigilo. “Ninguém saberá o nome ou qualquer identidade dessa testemunha. Se as investigações evoluírem, é claro que é possível que surja um novo júri”, diz o promotor Paulo José de Palma, que ouviu o novo relato.
Cembranelli disse que o avô chegou a ser investigado na época. “Durante a investigação, havia suspeitas, sim. Porque houve um contato do casal com o pai num momento muito próximo ao crime. Suspeitou-se de participação, mas nós não conseguimos na investigação também trazer responsabilidade para outras pessoas. Por isso, somente o casal foi denunciado.”
As revelações feitas pela testemunha podem repercutir imediatamente. O depoimento dela será analisado nesta semana por uma promotora do Fórum de Santana, onde tramita o caso Isabella. Depois, policiais devem ouvir Anna Jatobá, Antônio Nardoni e a testemunha que fez a denúncia.  “O que eu ouvi foi o que eu falei em depoimento e o que eu falo agora. Eu tenho convicção que a Anna Carolina não mentiu para mim. Eu não sei se ela vai repetir isso agora, se ela vai assumir.”
Versão do casal
O casal Nardoni sempre negou o crime e mantém a versão de que um criminoso invadiu o apartamento e matou Isabella. Anna Jatobá não quis gravar entrevista ao Fantástico sobre a nova denúncia. Antônio Nardoni disse que jamais falou para a nora simular um acidente.
“As pessoas, às vezes, agem como se eu fosse o monstro da história. Eu tenho a minha consciência tranquila. Eu nunca faria isso. Quando ela ligou, ela ligou dizendo que a Isabella tinha caído. Mas eu achei que a Isabella tinha caído, caído no apartamento. A gente nunca imagina uma coisa dessa. Não teve nada além disso. A gente só tem a lamentar que uma pessoa dessa faça uma coisa dessa para prejudicar quem não está mexendo com ela”, afirmou o avô da menina.
Sobre a denúncia de que ele compra o silêncio da nora, com regalias na cadeia, Antônio Nardoni negou. “O que eu faço por ela é uma coisa que, primeiro, é permitido. Segundo, é um pedido do Alexandre. Para não deixar faltar nada para ela nem para os filhos. E a gente realmente não deixa faltar. Ela tem um problema de coluna. A diretoria, mediante o relatório médico, autorizou a entrada do colchão. E a gente levou o colchão. Vou defendê-los enquanto eu viver, está certo? É porque eu tenho absoluta convicção de que eles não fizeram nada. E eu também não fiz nada.”
A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou que Anna Carolina Jatobá ganhou um colchão com altura maior do que os das outras presas.

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