Em janeiro 1973, foi dito que Anatália Melo Alves se matou.
Segundo comissão estadual, ela foi torturada e morta por estrangulamento.

Apesar de ter sido dada como morta, o atestado de óbito de Anatália nunca foi entregue à família, tendo vindo à tona apenas durante as investigações, que começaram em agosto de 2012. "Aqui verifica-se, ao que tudo indica, um caso parecido com o de Vladmir Herzog. Um suposto suicídio foi utilizado para encobrir um homicídio, aqui ainda mais grave, visto que ela ainda por cima foi violentada", destaca o presidente da comissão, Fernando Coelho.

(Foto: Katherine Coutinho/G1)
Na época, afirmava-se que Anatália teria se suícidado e ateado fogo a si mesma, teoria contestada desde o começo pela comissão. "A fuligem e as marcas de queimadura foram encontradas apenas na região pubiana, ato para encobrir que ela havia sofrido violência sexual. Ninguém se suicida colocando fogo nessa região", aponta o presidente da comissão.
Os documentos encontrados durante as investigações dão conta também de que Anatália teria sido enterrada no Cemitério de Santo Amaro, em 5 de fevereiro de 1973. "Agora vamos encaminhar ofício para saber quando esse corpo foi exumado, a quem foram entregues os restos mortais. [...] Uma urna que teria os restos de Anatália foi entregue à família, mas com o aviso de nunca abrirem. Vamos solicitá-la para fazer o exame de DNA e, se não for ela, teremos aí mais um crime", destaca a relatora.

(Foto: Katherine Coutinho/G1)
A comissão espera agora esclarecer os fatos restantes da morte de Anatália Melo Alves. "Iremos solicitar também um parecer do IML [Instituto Médico Legal, no Recife], para que possamos depois retificar o atestado de óbito e esclarecer que ela foi assassinada", aponta Nadja.
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